ARTIGOS DA EQUIPE QUE DISCUTEM A RELAÇÃO ENTRE ADESÃO E QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE.
Nemes, MIB; Castanheira, ERL; Helena, ETS; Melchior, R; Caraciolo, JMM; Basso, C R; Alves, MTSSBE; Alencar, TMD; Ferraz, DAS - Adesão ao Tratamento, Acesso e Qualidade da Assistência em Aids no Brasil. Revista da Associação Médica Brasileira 2009; 55(2): 207-12.
Este artigo discute as relações entre adesão e qualidade dos serviços de assistência a pessoas vivendo com Aids (PVA), evidenciando a qualidade como elo central entre adesão e acesso. Está baseado nos resultados de pesquisas que conduzimos sobre a atenção a PVA no Brasil. Nossos estudos apontam que os grupos de pacientes acompanhados em serviços com número inferior a 100 pacientes apresentam risco estimado de não adesão maior do que os grupos acompanhados em serviços com mais de 500 pacientes. Apontam também que serviços com menos de 100 pacientes têm risco estimado maior de pertencer a grupos de má qualidade. Isto está relacionado à baixa complexidade observada nos serviços de menor porte caracterizada por: dificuldades em manter uma estrutura mínima de recursos humanos e materiais, simplificação da organização dos processos de trabalho, centramento no trabalho autônomo do profissional médico e gerenciamento sem projeto técnico. Aponta-se a necessidade de pautar novos estudos sobre adesão e qualidade, concluindo, porém que as evidências existentes já mostram a necessidade de revisão na alocação dos serviços de assistência a PVA, bem como a de homogeneizar a qualificação destes serviços, condições necessárias para a manutenção de taxas aceitáveis de adesão à TARV no país.
Nemes MIB, Santa Helena ET, Caraciolo JMM, Basso CR. Assessing patient adherence to chronic diseases treatment: differentiating between epidemiological and clinical approaches. (Avaliação da adesão do paciente ao tratamento de doenças crônicas: diferenciando as abordagens epidemiológica e clínica) Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25 Sup 3:S392-S400, 2009
Este artigo discute conceitos e métodos para avaliar a adesão do ponto de vista epidemiológico (de grupos de pacientes como, por exemplo, do conjunto dos pacientes de um serviço de saúde) e do ponto de vista clínico (no atendimento individual). Para a avaliação d e grupo a medida deve ser a mais precisa possível para distinguir os grupos de aderentes e não aderentes. No atendimento individual esta distinção precisa não faz sentido. Para o profissional de saúde é muito mais importante conhecer a situação particular que cada pessoa está vivenciando com seu tratamento. Aponta-se que o diálogo paciente-profissional é ainda a melhor maneira de avaliar a adesão e de prover cuidado de boa qualidade.